No momento há pelo menos 14 pré-candidatos à presidente
Com o período das convenções partidárias, onde acontece a definição do "jogo eleitoral", cerca de 14 legendas devem lançar candidatos à presidente da República. Indefinições cusadas pela perda de poder do PT e do PSDB, cláusula de barreira, estrutura do comando partidário, questões específicas das legendas e ainda a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são alguns dos fatores que tentam explicar a fragmentação tanto na tendência "esquerda" quanto na "direita". Algumas siglas resolveram apostar em nomes que têm apresentado baixa intenção de voto nas pesquisas - apesar de serem possíveis mudanças até 15 de agosto, limite para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral.
O Podemos, que em 2014 se chamava PTN, trocou o apoio a Aécio Neves (PSDB), pela candidatura de Álvaro Dias. Já o PSL resolveu lançar Jair Bolsonaro. Há 4 anos, a legenda fez parte da coligação de Marina Silva, então candidata do PSB e hoje presidenciável pela Rede.
Em 2014, foram 11 candidatos registrados. Cinco partidos que não lançaram nomes próprios há 4 anos mudaram de posição na disputa atual. O PDT e o PCdoB que apoiaram Dilma Rousseff (PT) lançaram como presidenciáveis Ciro Gomes e Manuela D'Ávila, respectivamente. O MDB que indicou o vice da petista optou agora por Henrique Meirelles.
EXPLICAÇÕES
Ataques à imagem tanto do PT quanto do PSDB devido ao envolvimento com esquemas de corrupção e ao processo do impeachment e a falta de novas lideranças para ocupar esse espaço de polarização explicam parte da fragmentação. "A perda de poder dos dois partidos e a inexistência de um partido que ocupe esse lugar faz com que a eleição se pulverize", afirma o cientista político Carlos Ranulfo, coordenador do Centro de Estudos Legislativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pré-candidatos à Presidência em 2018
PT: Lula
PSDB: Geraldo Alckmin
PDT: Ciro Gomes
PSL: Jair Bolsonaro
PSol: Guilherme Boulos
PCdoB: Manuela D'Ávila
Podemos: Alvaro Dias
Rede: Marina Silva
Novo: João Amoedo
PSC: Paulo Rabello de Castro
MDB: Henrique Meirelles
PSTU: Vera Lúcia
PRTB: Levy Fidelix
PSDC: José Maria Eymael
Candidatos à Presidência em 2014
PT: Dilma Rousseff
PSDB: Aecio Neves
PSB: Marina Silva
PSol: Luciana Genro
PSC: Pastor Everaldo
PV: Eduardo Jorge
PRTB: Levy Fidelix
PSTU: José Maria de Almeida
PSDC: José Maria Eymael
PCB: Mauro Iasi
PCO: Rui Costa Pimenta
AFUNILAMENTO DE PRÉ-CANDIDATURAS
Apesar da fragmentação, a tendência é de um afunilamento em parte das pré-candidaturas. Na semana passada, o PRB desistiu de lançar Flavio Rocha. DEM e o Solidariedade também vão abrir mão das candidaturas de Rodrigo Maia e Aldo Rebelo, respectivamente. Os 3 partidos do centrão, junto com PP e PR decidiram apoiar Alckmin em vez de Ciro.
Diante do afastamento de siglas apoiadoras do governo de Michel Temer, o pedetista tem apostado em uma aproximação com o campo progressistas. O PCdoB se dispôs a abrir mão da candidatura de Manuela se houvesse uma união dos 4 partidos, mas tanto o PT quanto o PSol insistem nos nomes próprios.
Neste domingo, a executiva do PCdoB aprovou uma resolução em que pede a união da esquerda no 1º turno, após a união do ceentrão com Alckmin. Por outro lado, questões internas dificultam uma candidatura única.
Tanto os socialistas quanto os comunistas apostam na visibilidade das campanhas presidenciais para atingir a cláusula de barreira na Câmara dos Deputados - número mínimo de eleitos para ter acesso ao Fundo Partidário e tempo de propaganda de rádio e televisão - mas há quem critique a estratégia. "Acho um erro de cálculo. Um candidato com 1%, 2% não puxa legenda. Eles vão ter que jogar dinheiro nessas candidaturas e vão ter de tirar das campanhas para deputado", avalia Ranulfo.